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Dengue: retorno do sorotipo 3 acende alerta no Brasil após 17 anos

O sorotipo 3 da dengue voltou a circular no Brasil e tem preocupado autoridades sanitárias, principalmente devido ao aumento de casos registrado nas últimas semanas de 2024. Estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Amapá apresentam os maiores índices de testes positivos para essa variante, que não era predominante no país desde 2008.

A Secretaria de Vigilância em Saúde destaca que, com 17 anos sem ampla circulação do sorotipo 3, grande parte da população brasileira está suscetível à infecção. Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (9), a secretária Ethel Maciel destacou a gravidade do cenário.

“Quero chamar a atenção porque o sorotipo 3 não circula no Brasil desde 2008. Temos muitas pessoas suscetíveis, que não tiveram contato com esse sorotipo e, portanto, estão vulneráveis à doença. Esse fator está sendo monitorado pelo nosso Centro de Operações de Emergência (COE)”, afirmou.

Mudança no perfil epidemiológico

Durante 2024, o sorotipo 1 foi predominante em 73,4% dos casos de dengue registrados no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Contudo, nas últimas quatro semanas do ano, foi detectada uma significativa ampliação da presença do sorotipo 3, sinalizando uma mudança no perfil epidemiológico da doença no país.

Além disso, projeções apontam que em 2025 a dengue poderá atingir índices alarmantes em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. Segundo a pasta, a influência do El Niño, com altas temperaturas e extremos climáticos, deve intensificar o cenário.

“A seca faz com que as pessoas armazenem água em condições inadequadas, favorecendo a proliferação de mosquitos. É um desafio que já enfrentamos, mas agora temos o agravante da reintrodução do sorotipo 3”, destacou Ethel.

Outras arboviroses em alta

Além da dengue, outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti também registraram aumento nos últimos meses de 2024:

  • Zika: 82% dos casos prováveis concentraram-se nos estados do Espírito Santo, Tocantins e Acre.
  • Chikungunya: 3.563 casos prováveis foram notificados, com 76,3% ocorrendo em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.
  • Oropouche: O Espírito Santo lidera em casos, concentrando 90% das notificações. Em janeiro de 2025, 98 casos da doença já foram registrados no país, em comparação aos 471 casos notificados no mesmo período de 2024.

Ações de combate e prevenção

Com o avanço da dengue e outras arboviroses, o Ministério da Saúde reforçou a necessidade de medidas preventivas, como eliminação de criadouros do mosquito e campanhas de conscientização. Equipes técnicas foram enviadas a áreas críticas, como o Espírito Santo, para intensificar o monitoramento e a resposta às emergências.

Embora o impacto do sorotipo 3 ainda esteja em avaliação, a Vigilância em Saúde mantém o alerta sobre o potencial aumento de casos em 2025. A população também deve estar atenta aos sintomas da dengue e procurar atendimento médico imediato ao perceber sinais como febre alta, dores musculares, manchas na pele e cansaço extremo.

A expectativa é que, com ações coordenadas e a conscientização pública, o país consiga minimizar os impactos desta nova fase da dengue.

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