O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgou o relatório nesta quinta-feira (20). Os dados mostram que houve um aumento de 220,56% no número de registros de arma de fogo ativos de 2017 a 2022, no estado, no Sistema Nacional de Armas (SINARM) e Polícia Federal (PF).
O que era 2.7943 em 2017 passou a ser 89.576 em 2022. Desses registros, 64.908 são para cidadãos, 12 para caçadores de subsistência e 9.610 para servidores públicos, além de 15.046 para órgãos públicos. Para o fórum, o aumento é reflexo da política do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Questionada sobre o aumento, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP) reforçou o compromisso para a apreensão das armas de fogo irregulares que estejam em circulação. Além disso, informou que só de janeiro a junho deste ano mais de 2,4 mil foram apreendidas.
O presidente do Conselho de Administração do FBSP, Cássio Thyone, explica que as flexibilizações tornaram uma “festa” o porte e posse de arma de fogo. Ele afirma ainda que apenas pessoas de classe média e alta, realmente, tiveram acesso às armas de forma legal.
“Quem teve acesso foram pessoas com o mínimo de recurso. As outras pessoas não vão gastar R$ 10 mil porque acha bonitinho ter uma arma”, diz.
Apesar da flexibilização, Thyone explica que para conseguir uma arma de forma legal a burocracia é grande. “É preciso passar por testes, contratar um psicólogo para fazer o laudo e cumprir as regras”, detalha. Além disso, ele não acredita que o brasileiro tenha a cultura de estar armado.
Para o presidente, a economia do agronegócio em Goiás é um fator que faz com que os goianos tenham esse desejo. “Essa questão é mais um componente desse caldo que favorece o aumento em Goiás, pois fazendeiros querem ter armas para proteger as propriedades”, diz.
VIA PORTAL G1 GOIÁS