Preso nesta quarta-feira (29) por matar o ex-sogro João do Rosário Leão, o jovem Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, de 26 anos, teria tido acesso ao sistema de boletins de ocorrência das polícias goianas através de um amigo, que é soldado da Polícia Militar (PM). A informação é da ex-namorada e filha da vítima, Kênnia Yanka, e foi confirmada pelo delegado do caso, Rhaniel Almeida.
É preciso explicar que a plataforma dos chamados Registro de Atendimento Integrado Virtual do Estado de Goiás (RAI) pode ser acessada por qualquer membro das forças de segurança. Contudo, as consultas são feitas com exigência de matrícula e senha, que devem ficar registradas no processo a cada vez em que é aberto.
De acordo com o delegado, o soldado do 42º Batalhão da PM teria entrado no sistema RAI na manhã de domingo (26). Ou seja, algumas horas depois de Felipe ter ameaçado os familiares da vítima em uma discussão. Porém, neste acesso, o soldado não encontrou nada.
O amigo de Felipe voltou a acessar o sistema na manhã seguinte, segunda-feira (27). Na ocasião, ele achou o boletim de ocorrência e repassou ao suspeito.
De acordo com Rhaniel, o soldado já prestou depoimento e, provavelmente, não sabia do que se tratava a ocorrência. Isso porque Felipe tinha dito que estava estudando para concurso da PM e queria saber se havia algum registro contra ele que pudesse prejudicá-lo. Por conta disso, o soldado pode responder por violação de sigilo funcional.
Felipe fez parte do programa militar voluntário (Simve) e também foi vigilante penitenciário temporário. Kênnia Yanka diz que o período atuando nos órgãos de segurança resultou em amizades. “Ele tinha confiança de alguns, se tratavam com proximidade, até na forma de se chamar”, relata.
Via Portal Mais Goiás