O Ministério Público de Goiás (MP-GO) foi autorizado a retomar a investigação contra o padre Robson de Oliveira por improbidade administrativa no uso de dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), de acordo com decisão do desembargador Jairo Ferreira Júnior, na segunda-feira (13). O Padre sempre negou qualquer irregularidade no comando da associação.
O advogado Cleber Lopes de Oliveira, que defende padre Robson nos processos, disse que a decisão do desembargador permite também ao MP-GO compartilhar as provas da investigação entre o processo criminal (PIC), que está parado, e a ação por improbidade administrativa.
“As tais provas obtidas podem abrir duas investigações: uma criminal, que é o PIC, e uma cível, que é o inquérito civil público, que investiga suposta improbidade administrativa. O que precisa ficar claro é que o PIC continua trancado”, explicou o advogado.
“Quando o MP ingressou com o inquérito civil público, nós fizemos uma reclamação mostrando que o PIC já tinha sido trancado pelos mesmos fundamentos”, esclareceu Lopes.
Com esse novo andamento no inquérito civil público, a reclamação, que é um recurso da defesa, será analisada novamente pela Câmara Criminal do TJ-GO. Caso ela demore a ser apreciada, a defesa disse que pretende buscar uma nova liminar para impedir que o inquérito use as provas da ação criminal.
O advogado Cleber Lopes diz que o uso do dinheiro da Afipe deve ser discutido pelos membros da própria entidade. “Se teve mau uso ou não, se foi empregado para outra causa ou não, deve ser analisado por eles mesmos”, concluiu.